Help those suffering in the Horn of Africa

30 dezembro 2010

Infográfico - percepção ambiental dos consumidores

Olha só que infográfico interessantíssimo (ao entrar no site, clique em cima da figura pra expandir e explorar os dados): o quanto os consumidores do mundo realmente se importam com as marcas "verde"?
Os dados foram tirados a partir de pesquisas com pessoas de 8 países (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Austrália, China, Índia e Brasil). Veja que contrastante o quanto os brasileiros valorizam a confiança na empresa e a consciência ambiental, ao contrário de países como Alemanha e EUA, que prezam seu valor de mercado.  Perceba também que os chineses acham que o meio ambiente está caminhando bem (uma pitada de alienação ajudada pelo governo, no caso), enquanto que o Brasil já pensa de maneira contrária (e realista, pelo menos).
Por fim, vejam que nenhuma das empresas mais "verdes" citadas pelos entrevistados é de produção de alimentos ou de origem agrícola.





Fonte: Good

28 dezembro 2010

Pepsico investe em linha "saudável" como estratégia do novo milênio


A PepsiCo, sob o comando de Indra Nooyi, quer ser vista como uma das empresas definidoras da primeira metade do século 21. A CEO afirmou que a empresa, que produz salgadinhos cheios de gordura, e refrigerantes cheios de açúcar, deve ser parte da solução, e não da causa, de um dos "maiores desafios de saúde pública mundial, fundamentalmente ligado à sua indústria: a obesidade".

Mas como? Ela determinou uma série de targets pra melhorar o nível "saudável" de seus produtos. Até 2015, a empresa pretende reduzir o sal em suas marcas de salgadinhos em 25%, e até 2020, quer reduzir, vejam só, o açúcar de suas bebidas em 25%, e também a gordura saturada de seus salgadinhos em 15%.  Também, vai remover todas suas bebidas "açucaradas" das escolas do mundo inteiro até 2012. Grande passo, não?
Logicamente, tudo isso tem sua razão comercial. Nooyi quer evitar que as indústrias de alimentos, mais especificamente a sua, sejam acusadas de problemas de saúde pública, como são as empresas de tabaco, e ter que pagar indenizações milionárias para aqueles que conseguirem provar que adoeceram por conta do uso de seus produtos.
Nos anos 90, todos os produtos da Pepsico eram ruins pra você, ou como vinha escrito nas embalagens, "fun for you". A partir de 2006, a empresa diversificou sua linha, lançando produtos "better for you" e "good for you", com índices menores de coisas "ruins", como sal, gordura trans, etc.
Outro fator interessante da Pepsico é que ela decidiu  comprar as 2 empresas independentes que engarrafavam suas bebidas. Depois disso, a Coca também anunciou que comprou seu maior engarrafador, agora juntando a produção de bebidas com o envase.. O que se espera disso é um maior controle sobre o portfolio de bebidas, e o lançamento de promoções conjuntas de snacks com bebidas....
Nooyi contratou um exército de experts em saúde para trabalhar em pesquisa e desenvolvimento, dando credibilidade aos produtos das linhas "saudáveis" da empresa. A marca Quaker, que é da Pepsi também, vai ser reformulada para lançar um novo conceito em café da manhã.. A empresa não vai fugir de ser alvo de críticas, especialmente por continuar com uma parte significante de seu share advinda de produtos que não são bons pra saúde. Porém, pelo menos lançou produtos "melhores", ainda que por motivação de mercado. Cabe agora ao consumidor decidir o que é melhor pra ele. Você por acaso concorda que empresas de cigarro devem ser multadas por causar uma doença no pulmão de um consumidor, ou acha que ele teve o livre arbítrio e escolheu fumar durante anos, tendo assim que arcar com as consequências? Quero ouvir sua opinião.

Fonte: The Economist

26 dezembro 2010

Pesticidas no morango

Morango é uma fruta linda e que todo mundo agora. Mas sabe como ele é produzido? Bom, pra exemplificar, tomemos como modelo o caso da Califórnia, nos EUA. 7 anos atrás, o methyl bromide (não vou me arriscar a colocar o nomes dessas substâncias em Português), uma neurotoxina, era injetada no solo das plantações para matar pestes e doenças, por trabalhadores cobertos da cabeça aos pés, incluindo máscaras. O solo então era coberto por plásticos - se vocês passarem pela Fernão Dias, região de Cambuí e Pouso Alegre/MG, vai ver cenário semelhante - para evitar que o gás se dispersasse. Parecia uma operação padrão, nuclear. É difícil comprar um morango convencional depois de ver aquilo. Esta substância sempre foi controversa. Methyl Iodide é igualmente perigoso para aqueles que o usam nos campos do que para os que tem contato com lençois freáticos contaminados.

Enquanto isso, produtores orgânicos seguiam com rotação de culturas, uso de insetos pra controle de pragas, etc, e apesar de sua produtividade ser menor que a da produção convencional, eles compensavam essa perda com o preço premium de seus produtos. O Methyl bromide foi acusado pela ONU de contribuir para o buraco na camada de ozônio. Os produtores receberam licenças, extensões pra continuar usando essa substância, porém sabiam que o fim estava próximo, e então colocaram o foco em outros químicos. Methyl Iodide era o mais promissor, apesar de produtores convencionais acharem que ele era ainda mais pesado que o Methyl Bromide. Porém, ele não abria buraco na camada de ozônio. A California acaba de liberar o Methyl Iodide pra uso, apesar do alerta de várias instituições sobre seus efeitos.

O grande problema aí é que o Methyl Iodide se mostrou bastante perigoso para os funcionários que o aplicam, mais do que para quem consome o produto. Daí fica a pergunta: seria ele aprovado se fosse o contrário?

Fonte: The Atlantic

22 dezembro 2010

Criação a pasto x Confinamento - Há diferença?

Por que animais criados em pasto não são muito melhores (reportagem do "The Atlantic) -
Nós acreditamos que os animais mereçam viver sob condições que os permitam buscar felicidade (o que não é o mesmo dizer que eles não vão virar o almoço de outro animal).  Assim, todo estudo tem um estudo que tenta provar exatamente o contrário, toda fato que assumimos pra usar de partida pra uma idéia, sempre vai encontrar uma hipótese que levou em conta exatamente a negativa do fato pra chegar a certas conclusões.

Levando em conta essa contra-hipótese, animais de pasto podem ser melhores que os confinados, mas não são a maravilha que parecem. Como as fazendas industriais de confinamento produzirem 99% da carne consumida pelos norte americanos, é seguro dizer que qualquer pessoa preocupada com a ética da produção de alimentos se opõe a esse tipo de produção. Animais em confinamento não têm acesso às precondições de felicidade - ou seja, a liberdade de se mover, fazer escolhas básicas, procriar e socializar. O fato de que animais são equiparados a máquinas, ao invés de criaturas com vida respeitada, bate na nossa cabeça como uma coisa errada.

Comparando os 2, animais de pasto sofrem menos do que os de fazendas de confinamento. Aí é que todos os consumidores que preferem os de pasto se justificam. Mas, aí que o autor indaga: Sofrer menos é o suficiente? Será que matar o animal já constitui o que as fazendas de confinamento fazem? Será que isso já justifica a rotulação de confinamento = RUIM e pasto = BOM?
O autor ainda aborda a perspectiva de perda de felicidade: tendo o animal de pasto vivido uma vida relativamente "feliz", em comparação com o animal confinado, a sua perda será maior quando ele for abatido. O ponto dele é o de que, de uma maneira ou de outra, os animais serão feridos. Cedo ou tarde.

O texto ainda afirma que é possível ferir um animal sem machucá-lo. Animais de fazenda tem um senso de identidade individual no tempo e espaço. Eles são seres com potencial. Matá-los é o mesmo que apagar este potencial. É negar o seu direito a um futuro de busca do prazer. Os defensores dizem que os animais, que muitas vezes são abatidos sem sentir dor, nem ver o que os espera, não sabem o que perderão. Mas daí podemos usar o mesmo argumento do "não sabem" em favor do confinamento (esqueçamos as implicações ambientais desta prática): os animais confinados não ficam o dia inteiro se remoendo de inveja de seus "primos" do pasto. Eles não sabem o que está se passando por lá. Portanto, não sabem o que estão perdendo, e assim, não sofrem. Touché.

Para finalizar, o autor pega pesado, e afirma que ao escolhermos a morte de um animal, estamos priorizando seu sabor em detrimento de seu direito ao futuro. Até que alguém o convencá de que esse detrimento não constitui uma ferida desnecessária, ele vai continuar a ver criação a pasto e confinamento como graduações diferentes da escala de crueldade. E você?

P.S.: Mais uma vez, não sou vegetariana. Coloco textos com diferentes pontos de vista justamente pra incitar a discussão sobre esses assuntos.

Fonte: The Atlantic

21 dezembro 2010

Nespresso e Espresso


Hoje vou falar sobre Espresso. E sobre a Nespresso.

A palavra espresso vem do italiano "esprimere", que significa exprimir. Um verdadeiro espresso é, portanto, a expressão, a alma do café. O creme (que fica em cima do espresso, resultado da extração), é uma proteção do café, impedindo a fuga dos aromas mais voláteis (notas florais, por exemplo). Para avaliar a qualidade do creme, pode-se fazer o teste do açúcar, colocando uma colher de açúcar sobre o creme, sem mexer. Um bom creme vai reter o açúcar durante um determinado período de tempo antes de ser atravessado, criando um orifício de forma cónica. Um creme perfeito é capaz de reter o açúcar durante 8 a 10 segundos.

A Nespresso, subsidiária da Nestlé, se especializou na comercialização de máquinas e de cápsulas de café com um diferencial. A empresa afirma que suas máquinas reproduzem todo o ritual da extração do espresso em seus equipamentos. Isso se dá pelo sistema de cápsulas, onde há a quantidade exata de café moído, revestidas por uma película protetora, e externamente pelo alumínio (produto que permite a posterior reciclagem). Este revestimento protetor impede que o café entre em contato com o alumínio e preserva suas propriedades por 9 meses. A empresa disponibiliza blends classificados de acordo com a intensidade (1 a 10), em cápsulas diferenciadas pela cor. Sendo assim, dá a opção do cliente variar o corpo, aroma e intensidade do seu cafezinho de acordo com seu gosto..

Minha opinião: a Nespresso é excelente, realmente a pressão exata de 19 bar e a consistência da qualidade da máquina fazem valer a pena sua aquisição. Porém, não devemos nos "render" a ela.. Tem dia que tudo que queremos é um café de coador... ou na cafeteira italiana... ou na prensa francesa.. Ou um espresso bem tirado por um barista, na sua cafeteria preferida. Assim, não deixamos de provar as variações deliciosas que essa bebia oferece. 

Em tempo: o Programa AAA Sustainability Quality é um exemplo a ser seguido. Segundo a empresa, apenas 1% do café mundial satisfaz os requisitos dos grand crus da marca. Então, nos últimos 6 anos, a Nespresso tem trabalhado com a Rainforest Alliance e membros do Sustainable Agriculture Network para implementar o programa de qualidade de sustentabilidade da marca. Ele almeja garantir a produção desses cafés superiores de maneira sustentável e que  beneficie as comunidades de produtores, assegurando o fornecimento a longo prazo dos café mais raros do mundo.
A empresa anunciou que, até 2013, pretende comprar 80% do café utilizado em seus grand crus diretamente de produtores certificados pelo programa. Ponto pra Nespresso.

19 dezembro 2010

Mapa das CAFO's dos EUA

A Food and Water Watch lançou um mapa interativo sobre as fazendas industriais americanas, baseado em dados de 2007. Para "brincar com o mapa, basta clicar neste link. É fascinante e horrorizante ao mesmo tempo - sabemos que os EUA são representativos do que há de mais "moderno" em termos de agricultura, porém vejam que dados interessantes foram tirados pela instituição.




O que esse infográfico mostra é, por exemplo, que:

  • Há 4 fazendas industriais de carne de frango para cada americano.
  • As CAFO's (unidades industriais de produção de carne), aumentaram o número de cabeças de gado em 1100 por dia, todos os dias, entre 2002 e 2007.
  • Há mais de 1 bilhão de frangos para consumo humano atualmente nos EUA. são mais que 3 frangos para cada cidadão.
  • O número de unidades confinadoras de animais triplicou de 3600 (1982) para 12000 (2002).
  • Meio bilhão de toneladas de esterco são produzidos por fazendas de produção de carne e frango, o que representa mais do que três vezes o montante de resíduos produzidos pela população americana.

E há muito mais informação, é só clicar no mapa que ele oferece números bem interessantes sobre a região consultada. O que se tira disso é que - as propriedades estão infinitamente mais concentradas, maiores e mais produtivas, e há bolsões de produções de determinado ítem agrícola de acordo com a região. As consequências disso tudo nós já sabemos..

Fonte: Factory Farm Map

17 dezembro 2010

Embalagem compostável para salgadinhos - Ponto para a Frito-Lay!

 A Frito-Lay, fabricante dos SunChips nos EUA, lançou uma embalagem inteiramente compostável, que se dissolve em 14 semanas quando colocada em uma lata de compostagem. O material é o ácido poliatico (PLA), compostável e feito a base de plantas. Desde o Earth Day de 2010 (em abril), todas as embalagens de salgadinho estão sendo feitas com esse material, o que vai ajudar a diminuir as emissões de gases do efeito estufa.

Um probleminha aí: a maioria dos americanos (e de todos os outros países, que eu saiba) não faz compostagem habitualmente. A não ser por São Francisco, que lançou a primeira lei do país que obriga a compostagem, os americanos terão que ser envolvidos nessa campanha por um apelo de marketing bem inteligente. Do contrário, o esforço será em vão.

Veja o vídeo da campanha!



Fonte: Fast Company

15 dezembro 2010

Carne ilegal - até quando?

     
Como muitos devem saber, está acontecendo a  COP-16, Conferência do Clima, em Cancún, no México. Não comentei sobre ela por aqui ainda porque na minha opinião ainda não saiu nada de proveitoso, e se fosse falar eu iria criticar. Portanto vamos dar uma chance,  e esperar por boas notícias..

 Mas merece menção aqui os comentários do ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, nesse evento, onde afirmou que o desmatamento na Amazônia caiu praticamente pela metade nos últimos dois anos, graças aos esforços direcionados contra o "boi pirata", e o foco agora seria colocar em prática o protocolo da carne legal, que retira dos supermercados carnes provenientes de fazendas que invadem e desmatam para criar pastagens.

Sendo a pecuária a maior causa de desmatamento na região, esse passo reduziria razoavelmente o efetivo de terras desmatadas para este fim. Mas, segundo o ex-ministro, o protocolo indicava que, em um ano, iríamos tirar da prateleira a carne de origem ilegal. Esse prazo já venceu, mas os produtores de carne estão pedindo um adiamento. Estão querendo postergar mais um ano alegando uma série de dificuldades.

Minc aindou comentou e destacou que a agricultura brasileira dobrou de produção aumentando 6% a área plantada nos últimos 15 anos, o que prova que a produtividade aumentou sem gerar uma expansãoa grícola significativa. A atual meta do governo é reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020. O processo está acelerado, os números atuais correspondem aos previstos para 2015.

Fonte: UOL

13 dezembro 2010

Os piores alimentos, segundo a Anvisa


       Um relatório publicado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), revelou algumas verdades amargas sobre os produtos alimentícios industrializados. A pesquisa foi realizada durante o ano de 2009 com amostras coletadas no mercado brasileiro. A agência aponta o risco da oferta excessiva dos produtos "errados", com densidade energética alta e mais baratos, para o consumidor, o que vem gerando um aumento no índice de pessoas com sobrepeso e obesas no país. (Segundo o IBGE, metade da população brasileiro se enquadra em uma das categorias, e uma em cada 3 crianças também)..


O macarrão instantâneo e os temperos prontos desse macarrão foram apontados como os produtos com maior concentração média de sódio, dentre 20 categorias de alimentos industrializados analisados.  Em algumas amostras ficou constatado que, ao comer uma única porção do macarrão instantâneo, a pessoa está ingerindo 167% do sódio recomendado para ser consumido durante todo dia. 

Entre os refrigerantes e sucos industrializados, o estudo constatou que os refrigerantes de baixa caloria têm mais sódio que os normais, e os néctares apresentam maior teor de açúcar que os refrigerantes e os sucos.
O sódio participa de funções básicas importantes do organismo, sendo responsável por equilibrar a quantidade de água, contrações musculares, impulsos nervosos e ritmo cardíaco entre outros. Entretanto, o excesso da substância é apontado como um dos responsáveis pelo aumento dos registros de doenças crônicas, como hipertensão, problemas cardíacos, de colesterol e de rins e obesidade.

A gordura saturada é de origem animal e encontrada em carnes, leites e seus derivados. O organismo humano necessita desse tido de substância, mas em quantidades pequenas. Somente quando consumida excessivamente, elas podem causar problemas cardiovasculares.

O biscoito de polvilho, segundo o estudo, é o campeão na concentração de gordura trans. As gorduras trans são as vilãs da história, pois diminuem o colesterol "bom" (HDL) e aumentam o colesterol "ruim" (LDL), elevando o risco de obesidade e complicações cardíacas. Ela é produzida por meio de processos químicos e adicionada a uma imensidade de produtos industrializados como margarina, biscoitos e sorvetes, aumentando seu tempo de prateleira.

O estudo será encaminhado ao Ministério da Saúde, para que seja pactuado entre Governo Federal e as indústrias de alimentos uma redução das quantidades de gorduras, açúcar e sal nos alimentos processados, coisa que já vem acontecendo nos EUA ultimamente, dado os dados alarmentes de saúde pública naquele país.


O que se deve fazer? Ler o rótulo. Consumir de maneira consciente não é parar de consumir, mas consumir menos e diferente. Cabe ao consumidor procurar uma alimentação equilibrada também com produtos naturais, frutas, verduras, legumes. E, no caso dos industrializados, dar preferência aos que apresentam as menores concentrações de sódio, açúcar e gorduras saturadas.


Fonte: Instituto Akatu

09 dezembro 2010

The Story of Stuff

Vídeo excelente (com legenda em português) sobre o consumismo excessivo, desnecessário e as consequências disso tudo. Tem 20 min mas no site do projeto o vídeo é dividido em capítulos, então pode se separar o tempo.. Vale a pena!


 


06 dezembro 2010

Cartilha de orgânicos (Brasil) - novo selo


O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicou uma cartilha esclarecedora sobre produtos orgânicos, ilustrada pelo Ziraldo!!A cartilha pode ser acessada aqui e serve como material didático sobre produtos orgânicos e seus benefícios à sociedade, ao meio ambiente, aos produtores...

Atentem-se para o fato de que a partir de 2010, todos os produtos orgânicos no Brasil (com exceção dos vendidos diretamente nas fazendas) virão certificados pelo selo SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica).

Somente contestaria  a afirmação, na cartilha, de que "todas as pessoas que participam de sua produção [orgânica] recebem cuidados, ganham condições dignas de trabalho e seus direitos são respeitados. O trabalho ajuda a melhorar a vida dessas pessoas". Isso seria o correto, mas sabemos que nem sempre acontece. Como já comentei em outro post por aqui, a "indústria" orgânica pode se tornar tão exploradora quanto a convencional. Se a demanda aumentar (o que vem acontecendo), a probabilidade disso acontecer é ainda maior.

Fonte: MAPA

03 dezembro 2010

Discussão sobre água engarrafada

       Vejam este vídeo interessante, parte do projeto History of the Stuff,  (com legenda em português) sobre as controvérsias da água engarrafada... Em países como EUA, é seguro beber água da torneira, no entanto empresas que engarrafam água criaram um certo ar de desconfiança em relação a isso, para que mais e mais consumidores consumam seus produtos. Muitas vezes o produto (água) é o mesmo. E pra onde vão as garrafas usadas? Pra Índia... pra fazer downcycling (não voltarão a ser garrafas mais).




Fonte: History of Bottled water

02 dezembro 2010

Fair trade?


           Apesar de sabermos que fair trade garante que pequenos produtores recebam um preço mínimo "justo" para se sustentar, um relatório do Institute of Economic Affairs (IEA), mostrou que os requisitos do Fair Trade  podem refletir os desejos dos consumidores mais ricos e não a real necessidade dos produtores. O relatório acusa especialmente a agência de Fair Trade por ela ter recusado trabalho infantil e introdução de organismos geneticamente modificados, sugerindo que essas recusas tenham mais a ver com o ideologismo dos consumidores ocidentais do que as necessidades reais dessas pessoas.
           Comentou-se também que companhias como Starbucks, por sua escala, ao terem optado por comprarem mesmo que uma ínfima percentagem de seu café de pequenos produtores, deu mais resultados que as iniciativas de fair trade coffee no mundo.
           A Fairtrade Foundation se defendeu dizendo que a análise feita foi parcial, e que é incorreto afirmar que o Fair trade não oferece uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo. Ressaltaram ainda que em Mali, os produtores de algodão fair trade ganham 50% mais que os convencionais, e 95% de seus filhos vão para a escola porque suas comunidades agrícolas recebem mais dinheiro. O Grupo Fairtrade já conseguiu assinar contrato com a Cadbury's no Reino Unido, e ainda conseguiu que todo espresso vendido pela Starbucks naquele país fosse oriundo de fair trade coffee.          O IEA é uma agência thinktank, livre de partidários políticos, e não foi a primeira vez que criticou a Fairtrade Foundation. Ela ainda questionaram se todo o adicional que é pago por um consumidor pelo produto fair trade realmente chega ao produtor de origem.


Fonte: The Guardian

01 dezembro 2010

Carne e leite clonados são seguros para consumo humano (?)



  O governo do Reino Unido anunciou que carne e leite de gado clonado são seguros, segundo o Jornal The Guardian. A decisão tomada pelo Advisory Committee of Novel Foods and Processes, que é um órgão independente que determinada a segurança de alimentos, deve levar à aprovação, por parte do governo, da venda de subprodutos oriundos de gado clonado. O Comitê confirmou que não há diferença substancial entre carne e leite de gado clonado e convencional, portanto é improvável que consumí-los represente um risco à segurança alimentar.

  A conclusão do estudo coincide com a do painel do USDA (EUA) em 2008, que depois de um estudo de 5 anos descobriu que carne e leite de animais clonados eram indistinguíveis de carne e leite comuns. Nos EUA, é legal vender produtos de animais clonados. A agência do Reino Unido rastreou  este ano 3 bois nascidos com embriões de uma vaca clonada dos EUA, e avisou que é praticamente impossível colocar um regime de rastreamento com a finalidade de etiquetar os alimentos originários de vacas clonadas/não clonadas à venda. Outro ponto importantíssimo, portanto, ao se discutir a legalização da venda de tais produtos.

Fonte: The Guardian