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02 dezembro 2010

Fair trade?


           Apesar de sabermos que fair trade garante que pequenos produtores recebam um preço mínimo "justo" para se sustentar, um relatório do Institute of Economic Affairs (IEA), mostrou que os requisitos do Fair Trade  podem refletir os desejos dos consumidores mais ricos e não a real necessidade dos produtores. O relatório acusa especialmente a agência de Fair Trade por ela ter recusado trabalho infantil e introdução de organismos geneticamente modificados, sugerindo que essas recusas tenham mais a ver com o ideologismo dos consumidores ocidentais do que as necessidades reais dessas pessoas.
           Comentou-se também que companhias como Starbucks, por sua escala, ao terem optado por comprarem mesmo que uma ínfima percentagem de seu café de pequenos produtores, deu mais resultados que as iniciativas de fair trade coffee no mundo.
           A Fairtrade Foundation se defendeu dizendo que a análise feita foi parcial, e que é incorreto afirmar que o Fair trade não oferece uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo. Ressaltaram ainda que em Mali, os produtores de algodão fair trade ganham 50% mais que os convencionais, e 95% de seus filhos vão para a escola porque suas comunidades agrícolas recebem mais dinheiro. O Grupo Fairtrade já conseguiu assinar contrato com a Cadbury's no Reino Unido, e ainda conseguiu que todo espresso vendido pela Starbucks naquele país fosse oriundo de fair trade coffee.          O IEA é uma agência thinktank, livre de partidários políticos, e não foi a primeira vez que criticou a Fairtrade Foundation. Ela ainda questionaram se todo o adicional que é pago por um consumidor pelo produto fair trade realmente chega ao produtor de origem.


Fonte: The Guardian

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