04 agosto 2010
Sobre os gases da vaca..
CAFO = (Concentrated Animal Feeding Operation). Uma operação de criação intensiva de animais, e por intensiva, leia-se confinamento de mais de 45 dias em uma área que não produz vegetação. Este termo foi criado nos Estados Unidos pela EPA (Environmental Protection Agency) para lugares que têm um potencial poluidor expressivo. Poluidor? Sim.
Essas instalações confinam números muito grandes de suínos, bovinos, aves, etc em uma área muiiito menor comparativamente às pastagens tradicionais. E eles fazem cocô. Muito cocô. E esse cocô geralmente cheira bem pior que os cocôs dos animais criados tradicionalmente (comendo pasto). Mas o cheiro nem é o mais grave. A comida deles varia muito pouco em termos nutricionais (a meta principal é o ganho de peso), o que os deixa suscetíveis a doenças. Todo o excremento gerado normalmente é colocado em lagoas de compostagem. Algumas vezes essas lagoas rompem contaminando o lençol freático, deixando a água, que pessoas que residem nos arredores, irão consumir, com teores muito acima do que o recomendado de fósforo e nitrogênio.
O arroto (e o pum, em menores proporções) da mimosa contribui para o efeito estufa. Sim, isso mesmo que você leu. Como eles são ruminantes, digerem o alimento por fermentação, gerando metano. O metano é produzido por bactérias que participam do processo digestivo do gado, e uma vaca é capaz de emitir 250 gramas de metano no ar, ao longo de sua vidinha. Estima-se que existam 1,4 bilhão de cabeças de gado no mundo. Do the math: 350 mil toneladas. Mas o metano é muito mais potente como gás do efeito estufa que o CO². Só isso já basta pra afirmar que a criação de gado é responsável por 9% da emissão de gases do efeito estufa no planeta, mais do que os carros, SUV's, o setor de transporte como um todo!
Portanto vc, que anda de carro e come bife todo dia, está arruinando o planeta. Brincadeirinha! O buraco é mais embaixo. Eu particularmente, acredito que há como produzir carne sustentavelmente, porém, em escalas muuuuito menores do que temos hoje. Isso significaria que muitos de nós teríamos que nos tornar vegetarianos por 2, 3 dias da semana. E que muitos chineses, prestes a entrar no nível de renda que os permita consumir carne 1, 2 vezes na semana, desistam da idéia. Agora já vem outra questão: é possível parar os chineses? Meu palpite é: Não.
E agora?
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Excelente!!! Conseguiu, em um mesmo texto abordar diversos tipos de problemas sociais. Prova que tudo está conectado e que o grande culpado somos nós mesmos!!!!
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