
É claro que, em se tratando de animais, a coisa muda de figura. Como diz o Bev Eggleston, dono da EcoFriendly Foods, se você está criando algo com sistema nervoso e circulatório, ele merece respeito. Como se não bastasse, gado que é criado à base de pasto tem maiores proporções de ômega 3/6, um balanço que é notável por trazer melhoras nas funções cognitivas, reduzir o risco de câncer e de doenças cardíacas.
O grande problema é que, para sustentar 309 milhões de pessoas nos EUA, a agricultura orgânica sozinha não dá conta. Que dirá os 6,8 bilhões de pessoas no mundo. A população do mundo deverá ser de 9 bilhões de pessoas em 2050. Só 5% de terra arável do planeta ainda está sem exploração. E não há como voltar ao cenário bucólico de cada um cultivando seu próprio alimento, renovando a terra, plantando, colhendo, etc. Ninguém tem tempo pra fazer isso. O mundo não iria pra frente. Quer queira ou quer não, o mundo evoluiu para a chamada agricultura industrial. Foi um avanço. Se não tivemos limites, aí sim devemos questionar. Se abusamos dos produtos tóxicos, devemos levantar a bandeira. Mas retroceder, não podemos. Não tem jeito, ou vamos passar fome.
A idéia é: agricultura orgânica e convencional têm de coexistir. A orgânica deve ensinar suas melhores práticas à convencional. A convencional tem de adaptar sua busca incessante de produtividade ao uso mais racional de agrotóxicos e menos degradação do solo.
Cabe à você, consumidor, saber o que deve escolher de cada. Neste blog já temos posts
que indicam quais são os produtos de cultivo convencional que podem ser consumidos sem maiores preocupações, e quais devem ser preferidamente orgânicos.
A revista ainda indica, por exemplo, que o ovo deve ser comprado orgânico, sempre que possível, devido ao tratamento dado aos animais. O leite, também, pelo demasiado acúmulo de química no leite que os americanos tomam. E carne também, se você puder pagar. Melhor pra saúde, pra sua segurança (menores riscos de E.coli), e melhor pros animais.
Fonte: Time Magazine
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