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09 novembro 2010

Orgânico: pro produtor e pro consumidor


O movimento orgânico começou como uma reação aos fertilizantes sintéticos, mas logo também reagiu contra muitos aspectos da agricultura moderna, como pesticidas químicos, antibióticos preventivos, monoculturas, e OGMs.

Fertilizantes: A agricultura orgânica usa rotação de culturas, compostagem e adubos orgânicos para resolver os problemas de fertilidade do solo. Isso envolve bastante trabalho manual, e é por isso que a medida que a agricultura "evoluía", encontravam-se meios para agilizar o processo: fazer o superfosfato (originado de ácido sulfúrico e rochas de fosfato), ou fabricação de amônia (que consome 2% de toda a energia usada no mundo).

Pesticidas: A rotação de culturas, aplicada nas fazendas orgânicas, é um método eficaz de se evitar pestes, pois as plantações ficam um passo à frente das doenças. A aplicação irresponsável de pesticidas, por outro lado, leva a problemas na formação de fetos, e também foi ligada a alguns tipos de câncer. Vou postar o link para um gráfico interativo sobre os resíduos de pesticidas em cada tipo de alimento.

Diversidade de culturas: Cultivar somente um produto em grandes áreas, sem mudar, é perigoso pois expõe a cultura às mesmas condições e doenças por um longo período, sendo necessário muito esforço, e remédios, para evitar pestes. Há hoje em dia, OGM's que resistem  a pesticidas, porém o seu uso pressupõe o uso de pesticidas, o que já não é uma coisa boa... É uma dependência desnecessária.

Criação de animais: As "factory Farms" ou CAFOs são diretamente associadas ao crescimento do uso de hormônios, vacinas, antibitióticos (mesmo de maneira preventiva). As condições apertadas ali facilitam o surgimento de doenças, e o rápido contágio por todos os outros animais. Por isso tantos cuidados têm que ser tomados.

Argumentos contra: o que mais pesa contra a Agricultura Orgânica é seu custo, maior do que o dos outros produtos, e logicamente repassado ao consumidor. A diferença varia bastante dependendo do produto, cenouras podem ter um custo bem próximo, enquanto que ovos orgânicos são muito mais caros (200%) que os convencionais. Além disso, especialistas questionam a capacidade da agricultura orgânica de suprir os mesmos volumes da agricultura convencional. Já foi provado, em um estudo da Cornell,  que culturas de soja e milho orgânicos produzem o mesmo montante que as convencionais, mesmo usando 30% a menos de energia. Já morangos orgânicos, por exemplo, dão  frutos menores e mais esparsos - apesar de mais densos, nutritivos e saborosos.

 Minha opinião sobre tudo isso: do ponto de vista do consumidor, os produtos convencionais devem ser preteridos a favor dos orgânicos, sempre que possível. Quando não possível, observar sempre os produtos com maior acúmulo residual de pesticidas e evitá-los ao máximo. Do ponto de vista do produtor: o orgânico deve passar a ser visto com outros olhos. Olhos de produtividade, de oportunidade, de nicho de mercado, de conservação do solo e recursos da sua propriedade. E, quando não possível migrar para o cultivo orgânico, aplicar técnicas deste cultivo ao seu sistema atual. Rotação de culturas (economia com fertilizantes e pesticidas), compostagem (de novo, economia com fertilizantes e aproveitamento de resíduos dos animais da própria fazenda) são exemplos que podem ser aplicados ao cultivo tradicional, diminuindo o peso no bolso - e na consciência - do produtor.

Fonte: Mother Nature Network

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