Help those suffering in the Horn of Africa

28 outubro 2010

Abate mais humano?

          As empresas americanas Bell & Evans  e Mary's chickens anunciaram seu método inovador de abate de frangos. Chama-se CAK (Controlled Atmosphere Killing). O que acontece hoje é que os frangos são retirados de esteiras transportadoras, colocados de cabeça pra baixo de forma brusca (o que muitas vezes quebra suas asas ou pernas) e tomam um "banho elétrico" que os paralisa, porém os deixa conscientes ainda. Então eles seguem pra ser escaldados (e mortos) em tanques que removem suas penas). O CAK elimina todos esses passos. O CAK vai remover oxigênio do ambiente em que estiverem os frangos, e vagarosamente os substitui por um gás nao venenoso que coloca as aves pra dormir enquanto ainda estão sendo levadas pra esteira. Isso elimina também a possibilidade de agressão física às aves, que estarão dormindo e portanto inconscientes e não reagirão ao processo.  Os funcionários, portanto, também vão ser beneficiados, já que, atualmente, o local onde os frangos ficam pendurados precisa ser mal iluminado para evitar que as aves se assustem. E, frequentemente, para colocá-las no recinto, os funcionários precisam até bater e estrangulá-las.

Na Europa, o CAK já é usado e ganha popularidade a cada dia. Afinal de contas, não precisamos ser vegetarianos para pensar num método mais "humano" de abate de animais. Os criadores do novo sistema  nos EUA garantem que não há estresse no processo, pois as aves são sedadas “gentilmente”, como em uma anestesia antes de uma cirurgia. O sistema não é projetado para matar os animais, mas apenas adormecê-los, evitando estresse na hora da morte e pernas e asas quebradas pelo desespero.

Como divulgar? A Mary’s Chickens está avaliando a possibilidade de anunciar nas embalagens a expressão “perda de consciência por sedação”, quando os produtos começarem a circular, em junho do ano que vem. Ela também pretende usar termos como  “humanamente abatido”, “humanamente processado” ou “lidado humanamente”. Tudo isso para cumprir a tarefa complexa de anunciar que o processo foi feito de forma que os frangos não sofreram para servir de comida.  Os informes também vão avisar aos consumidores que os animais são criados em cômodos com iluminação natural e alimentados com comida livre de antibióticos ou subprodutos de origem animal. O site da empresa também vai trazer essas e outras informações sobre o processo para aqueles que desejarem saber mais. 
 
 
 A tendência daqui pra frente é que os consumidores comecem a exigir esta postura mais “humana” de todas as empresas, o que pode gerar um movimento coletivo de adaptação, principalmente nos países mais desenvolvidos, que têm mais dinheiro pra gastar com comida e portanto exigem mais de seus produtores. Essas duas empresas citadas se orgulham em informar que investem - e muito - no bem estar dos animais, além de terem preocupação ambiental.


Seus animais recebem alimentação exclusivamente vegetal, isopor não é usado em suas embalagens, janelas nos galpões que se abrem e se fecham automaticamente, de acordo com o clima, sistemas de refrigeramento controlados, maior espaço pra circulação, etc.

E no Brasil. Alguém conhece alguma iniciativa (mesmo que motivada comercialmente) assim?

Fontes: Exame e Opposing Views

27 outubro 2010

Orgânico: por trás do conceito.

     
         O nosso bom senso nos diz que alimentos orgânicos são alimentos melhores, certo? Melhores, de qualquer maneira, do que os alimentos com organofosfatos, antibióticos e hormônios de crescimento, arsênico, ração composta de vísceras e ossos moídos de outros animais, enfim, essa bizarrice toda. E todo dia, vemos crescer nos supermercados a oferta de produtos orgânicos, agora não só mais apenas frutas e vegetais, mas também leite, bolachas, geléias, macarrão, etc..

Todos nós pensamos que ao comprar orgânicos, estamos fazendo um bem a nossa saúde e também ao planeta... Stop right there.. Olhe de perto agora, e você vai ver que a narrativa pastoral, com vaquinhas felizes saltitantes produzindo seu leite livre de produtos que fazem mal à saúde, pode ter questionamentos. Por exemplo, nos EUA, uma única empresa (Horizon) controla 70% da produção e venda de leites orgânicos. Ela foi comprando  pequenos sítios familiares produtores, e agora é uma empresa de capital aberto de 127 Mi de dólares. Agora, o leite orgânico desta empresa é "ultrapasteurizado" - um processo a altas temperaturas que "mata"  o leite, destruindo suas enzimas e muitas de suas vitaminas. A razão de fazê-lo é que assim ele resiste a transportes de longas distâncias, por mais tempo.

O problema que o nosso entendimento comum de orgânico seria "menos processado, melhor para os animais, mais local". Mas isso não é mais garantia nos produtos orgânicos. No caso do leite acima, a empresa não está mentindo quando diz que o leite era orgânico. Os animais comem grãos (orgânicos) em vez de pasto. São confinados (mas sem antibióticos preventivos). Têm produção em escala (de leite orgânico).

O motivo pra tudo isso é óbvio: Orgânicos são o segmento alimentar que mais cresce economicamente nos últimos anos.  Sustentou 20% de crescimento ao ano por mais de uma década - e assim, acabou atraindo, justamente os conglomerados agroindustriais que eram opositores ao movimento no começo. Hoje, eles compram as empresas de orgânicos, porém não mudam seu nome... Para que o consumidor não perceba que está tudo indo pro mesmo pote. Há também um movimento surgindo agora chamado : Beyond Organic, que vai além do simples fato de não se ter certos produtos usados na produção de alimentos, mas também se atenta para princípios de relações justas de trabalho, uso de suprimentos locais, venda somente a áreas próximas (para não consumir muito combustível e assim "anular" o efeito benéfico da produção orgânica.

Logicamente, é um progresso ter grandes conglomerados vender produtos orgânicos ao invés de ir contra eles. O problema é se todo o suprimento de orgânicos vier dessas indústrias. Orgânico perde o sentido, perde seus valores (produzir localmente, tratar bem os animais, preservar fazendas familiares, uma cadeia de alimentos mais confiável), se isso acontece. Pra se ter uma idéia, um morango que vem da Europa pros EUA traz 5 calorias alimentares, versus 435 calorias de combustível consumidas para cada unidade.

Joel Salatin, o fazendeiro modelo do filme Food, Inc, rejeitou o selo de certificação orgânico. Ele alega que o que ele faz vai além do orgânico, e não simplesmente substitui seus suprimentos para obedecer regras.

Fonte: Mindfully - Organic Complex

26 outubro 2010

Impacto ambiental dos alimentos - pirâmide dupla

A Barilla e seu instituto de pesquisa acabam de lançar o conceito da Pirâmide dupla, ou invertida. Ou seja, de um lado, as recomendações de ingestão de alimentos da OMS e da maioria dos países, e de outro, o impacto ambiental de cada um desses grupos alimentares. Da "Double Pyramid" nós podemos observar que os alimentos que se recomenda o maior consumo são justamente aqueles com menor impacto ambiental. Portanto, ao consumirmos mais deles, atingimos dois objetivos: saúde e proteção do planeta.

Além disso, o site também tem um aplicativo que calcula o impacto ambiental de suas refeições. Vc seleciona os alimentos que costuma comer e terá uma idéia do quanto isso impacta o planeta! Não é muito completo em termos de variedade, mas contém muito das coisas que comemos todo dia. Confere lá..

Daí vem a pergunta... como o impacto ambiental foi calculado? Usando a análise do Ciclo de Vida (Life Cycle Analysis, LCA) na cadeia inteira de extração, cultivo, processamento, empacotamento, transporte, distribuição, uso, reuso, e destino final dos itens estudados. A pegada ecológica, conforme já citei nesse blog, mede o tanto de terra ou mar (biologicamente produtivos) são necessários para suprir os recursos consumidos e absorver os desperdícios, restos, etc. O método foi desenvolvido pela Global Footprint Network. Ele inclui os seguintes elementos no cálculo:
  • Área de produção agrícola,
  • Área de florestas,
  • Área de pasto,
  • Área com instalações para atividades de produção,
  • Área de cultivo de peixes,
  • Área de energia (solo necessário para absorver a emissão de CO2 gerada pela produção de bens e serviços).
O consumo de carne, especialmente carnes magras, é importante porque provê proteínas de alta qualidade necessária ao crescimento em crianças e à formação de músculos. No entanto, 100gramas de carne vermelha tem 92 metros quadrados de pegada ecológica. Se for grelhada, sobe para 105 metros quadrados. Pra ser ter uma comparação, 100 gramas de fruto têm a pegada de 3 metros quadrados. Agora, para vegetais de estufas, 100gramas possuem 9 metros quadrados, que sobem pra 14 se os vegetais forem cozidos.
Para os vegetais da estação (cultivados a campo), 100 gramas tem 5 metros quadrados (cru) e 9 metros quadrados (cozidos). Para o pão, a pegada é de 6.7 metros quadrados para 100 gramas.

E assim vai.. Entrem no site para ver que interessante. Olha o tamanho da pegada do queijo! Interessante né.. ele passa por vários processos até chegar a nossa mesa. É por isso. Vamos pensar nessas coisas daqui em diante.

Fonte: Barilla - Food Pyramid

22 outubro 2010

O café ao redor do mundo

Se você viajar para países onde o café é a bebida preferida, verá que os paladares variam muito. Apesar de já termos muitos desses exemplos a nossa disposição nas cafeterias mais especializadas, dá uma olhada nos tipos de cafés mais comuns nos países seguintes:
 
França - a torrefação escura chamada, adequadamente, de french roast (café francês), é muito popular. Há até um método próprio de fazer a bebida, a prensa francesa (foto acima), à venda em lojas especializadas.

Estados Unidos - a maioria dos americanos ainda prefere a torra clara. Mas com a popularidade da Starbucks, a torra muito escura está se tornando mais comum. Os americanos geralmente apreciam seu café com creme (intermediário entre creme de leite e leite integral) e açúcar. Muitos deles também tomam café gelado, inclusive crianças / adolescentes.

Áustria - a torrefação vienense é uma mistura de dois terços de grãos de torra escura com um terço de grãos de torra média.

Itália - a Itália é a casa do espresso, que é o café feito através da pressão do vapor d'água nos grãos de torra escura finamente moídos. Foi lá que Howard Schultz teve inspiração para fundar, nos EUA, o que viria a ser a maior rede de cafés especiais do mundo (Starbucks).

Turquia - um provérbio turco diz que o café é "preto como o inferno, forte como a morte, doce como o amor". O café turco é moído muito finamente (mais do que o expresso) e é coado em pequenos bules chamados ibriks ou cezves. Tem um sabor bem forte e os turcos (alguns, pelo menos) podem ler sua história a partir da borra deixada na xícara!!

Cuba - extremamente forte, não é bebericado - é tomado num único gole, como a tequila. Nos restaurantes, o café cubano é servido ao final da refeição em minúsculas tacitas, copos menores do que uma demitasse ou xícara de café.

Fonte: How Stuff Works

21 outubro 2010

Como parar de "comer" o planeta


Pra você que gostou do último post. A gente às vezes nem percebe o que comemos, pois a comida hoje em dia tende a ser barata e abundante. Mas nossa indústria de alimentos usa bastante combustível e portanto quando o preço petróleo aumenta, o preço dos alimentos costuma crescer também.

Nós sempre lembramos de usar lâmpadas que salvam energia, dirigir menos, desligar ar condicionado, etc, mas nossa pegada de carbono também é dependente dos nossos hábitos alimentares. Atitudes simples como as abaixo (algumas já comentadas neste blog) ajudam a reduzir essa pegada:

Evitar alimentos processados congelados (é conveniente, porém já imaginou o quanto de energia é gasto no transporte e armazenamento desses itens? Sem mencionar o lixo produzido pelas embalagens.

Comprar produtos locais - Perceba que as vezes comemos coisas que andaram o mundo inteiro pra chegar até a gente. Era realmente necessário? Ou temos alguém na esquina que produz tais itens? A não ser que estejamos falando de cerejas anãs albinas criadas por pastores da Moldávia, (ou coisas do gênero) - quase tudo dá pra achar por aqui certo? Toda caloria de uma cenoura da África da Sul gastou 66 calorias de energia (Combustível) pra chegar no Reino Unido. Além de fortalecer a economia de onde você vive, o Locavorismo (comer produtos locais) vai te fornecer produtos mais frescos e saborosos.

Produza sua própria comida. Sim, nem todos nós moramos no campo. Mas podemos, pelo menos, plantar tomates cereja num vaso, pra evitar comprar os convencionais, cheio de pesticidas. Um começo.

Compre produtos orgânicos. Eles usam métodos naturais da agricultura. Agricultura convencional, por outro lado, usa fertilizantes artificiais que são baseados em nitrogênio, que usam volumes consideráveis de combustíveis fósseis.

Coma o que está na época. Não adianta querer morango o ano inteiro, ele vai ter gosto de nada. Lembre-se que comprar alimentos fora da estação significa transportá-los por longas distâncias e/ou usar muita energia pra produzir luz/calor artificial.

Coma menos carne. Criações de animais são responsáveis por mais ou menos 18% das emissões de gases do efeito estufa.
 

20 outubro 2010

"Comendo" o planeta



A WWF e a revista GOOD criaram um infográfico que mostra quantos planetas seriam necessários (em termos de recursos) se a população do mundo inteiro consumisse, por exemplo, uma dieta italiana , americana (quase 4 planetas), malasiana.

O que é interessante é que o estudo foi feito levando-se em conta fatores como terras destinadas à produção de alimentos, combustíveis, pasto, florestas, áreas de produção de peixes, carbono, terras destinadas à preservação da biodiversidade. Veja também as diferenças da dieta da Malásia e dos EUA em termos de fontes de energia (consumo de açúcar e raízes, por exemplo).

Dentro de um período de tempo, nosso planeta produz recursos finitos. árvores, alimentos, oxigênio, são criados em uma velocidade balanceada. Se consumimos mais do que é produzido, nós começamos a afetar a capacidade do planeta de auto renovar seus recursos.

Fonte: WWF

14 outubro 2010

Fome no Brasil e no mundo

De acordo com o reporte do Global Hunger Index que saiu dia 11 de outubro, o Brasil está dentre os países cuja percentagem da população que passa fome declinou mais de 50%, em comparação com 1990. Um grande avanço pro Brasil, Turquia, Kuwait e México também. Mas notemos que isso não quer dizer que as pessoas estão bem hoje em dia. Ainda há muito a ser feito. Mas o primeiro passo já foi dado. Agora elas têm comida pra poder desempenhar funções básicas, quem sabe trabalhar e assim almejar subir mais posições...


Fonte: The Economist

Mark Bittman - sobre hábitos alimentares sustentáveis.

Veja abaixo a entrevista de Mark Bittman (Autor de Food Matters, e agora de Food Matters Cook Book), em inglês, sobre o que cada um pode fazer pra melhorar a perspectiva de preservação do planeta a longo prazo, quando se trata de hábitos alimentares. Eu já bati nessa tecla várias vezes, mas vou repetir: a indústria funciona sobre demanda. Se as pessoas demandarem mais alimentos saudáveis / com selos de certificação de produção responsável, essa produção vai aumentar e eventualmente substituir certa posição que hoje quem ocupa são alimentos de origem animal super processados e que impactam o meio ambiente.

 O mundo pode sustentar a demanda global de uma dieta espelhada na americana? Não. Mas a tendência dos países em desenvolvimento é desenvolver uma dieta similar, à medida que eles vão crescendo economicamente. Isso também se reflete nos hábitos de consumo (grandes carros, eletrodomésticos, etc).
O próprio autor não é vegetariano, e nem indica que isso é necessário. É apenas uma questão de olhar a proporção das coisas. O ideal, segundo especialistas, seria ter uma alimentação baseada em até 80% em produtos de origem vegetal, e 20% do restante. O que acontece hoje pra maioria de nós é 80% de alimentos processados, produtos derivados de animais, e junk food, e o restante de vegetais. Se fizermos uma mudança baseada no recomendado para 10% do que comemos, isso já é um progresso. E se todo mundo fizer isso, é capaz de vermos essa diferença. E se conseguirmos fazer 10% mudar, depois aumentamos o alvo pra 20%. O importante é não ser extremista nem de um lado nem de outro, e sempre procurar o melhor. Afinal de contas, é comida.

O autor ainda destaca que não devemos nos preocupar se o que comemos é orgânico ou não. É preferível que se comam vegetais, mesmo que convencionais, contanto que se coma.



Mark Bittman On Why Food Matters from GoodFoodRevolution on Vimeo.

Fast food Sustentável?


O restaurante Burgerville, dos EUA, faz fast food: hamburgueres, fritas, etc. Mas tem um diferencial inusitado: só usa produtos locais (encorajando o comércio da região que atua e diminuindo sua pegada ecológica), recicla o óleo usado em suas frituras e o transforma em biodiesel, seus fornecedores de carne não usam antibióticos/hormônios na criação, dentre outras iniciativas.

Eles também lançam itens de oferta limitada, respeitando a sazonalidade inerente aos produtos vegetais, que têm um gosto melhor e são mais baratos e frescos em sua "época". Enquanto as outras cadeias de fast food vão oferecer sempre o mesmo produto, o ano inteiro, não interessa de onde ele venha (contanto que venha), e também não interessa também se o sabor foi comprometido, ou se está congelado há vários meses.

Essa é uma iniciativa (obviamente que tem seus fins comerciais, dada a nova "onda" sustentável, "locavore", que está pegando nos EUA) que merece ser aplaudida, pois fortalece os fazendeiros da região desses estabelecimentos, e ao mesmo tempo incentiva o consumo responsável.

Loja sem embalagem

Olha que legal essa loja em Londres: se chama Unpackaged e vende alimentos sem embalagem nenhuma, por quilo. As pessoas têm que levar seus próprios recipientes (potes, vidros, etc) para colocar o que quiserem. Para os compradores de primeira viagem, a loja oferece uma sacola retornável que deve ser apresentada na próxima compra! 

A loja tem de tudo: frutas, verduras, legumes, condimentos, azeite, grãos, biscoitos, café, do jeitinho que chegam do fornecedor primário, ou seja, desprovidos de alumínio, isopor, plástico, etc. O que é melhor, a maioria dos produtos são ou Fair Trade, ou orgânicos, ou com algum outro selo de produção sustentável o que garante ao cliente que está contribuindo para outras iniciativas do bem.


Por que sem embalagens? 3 razões: é mais barato, pois o custo da embalagem não é repassado pro consumidor, embalagens sao gasto de recursos e tempo, aumenta a pegada ecológica dos produtos (custos com transporte) e seu destino final é o lixão. Podendo evitar, melhor. Bela iniciativa.

Fonte: Marketing na Cozinha.

12 outubro 2010

Fatos sobre a fome no mundo.

 NÃO há falta de alimentos no mundo. Há comida suficiente no mundo hoje para suprir toda a população.




As manifestações de fome podem vir em forma de subnutrição ou má nutrição. Subnutrição é quando o consumo diário de alimentos não é suficiente para suprir as necessidades fisiológicas básicas para uma vida ativa. No momento, há em torno de 925 milhões de pessoas no mundo nessa condição. Má nutrição é o consumo em proporções inadequadas de proteina, energia e micronutrientes, e consequente ocorrência de doenças e infecções.

Há pessoas com fome nas favelas, no campo, nos refúgios de guerra, há filhos de pais com AIDS que passam fome, há fome em muito mais lugares do que se imagina. Em torno de 3/4 das pessoas subnutridas vivem em países em áreas rurais de países em desenvolvimento.  Hoje em dia, uma em cada sete pessoas nao consegue se alimentar suficientemente para ser saudável e ter uma vida normal, ativa, fazendo a fome ser o risco número 1 à saúde no mundo. Maior que AIDS, tuberculose e malária combinados.

Este mapa da fome, com base nos dados de 2009, mostra as principais regiões afetadas no mundo. Observe que a cada 6 segundos, uma criança morre por complicações da fome.

Fonte: World Food Programme

Dicas pra evitar o uso desnecessário de embalagens de alimentos

Seguem algumas dicas, da revista GOOD, para evitar, quando pudermos, lixo gerado por embalagens de comida:
  • Dar preferência às embalagens de vidro ao invés de plástico ou isopor;
  • Comprar frutas e verduras direto do produtor, da feira, ou da bancada do supermercado, ao invés de previamente selecionadas em embalagens de... plástico e isopor!;
  • Quando for comer na rua, a menos que esteja com pressa, opte por tomar seu café / bebida em copos e xícaras de porcelana e por comer no prato de vidro, que posteriormente serão reutilizados;
  • Você pode também levar sua mug e pedir pra pessoa da cafeteria colocar ali seu café, evitando um copo de isopor;
  • E para os produtos que sempre vão vir com embalagens protetoras (por exemplo, cereais), alguns supermercados no Brasil já estão colocando grandes recipientes ao lado do caixa para que você descarte, ali mesmo, as caixas, garantindo um destino certeiro para a reciclagem.

É inevitável que precisamos de embalagens de alimentos.. Mas podemos tomar várias ações para reduzir seu uso. Você sabia que 2,5 milhões de garrafas de plástico são jogadas fora a cada hora?

Você sabia que..

  • o Brasil produziu 33 milhões de sacas (60 kg) na safra 07/08?
  • a maioria do café produzido no país (70%) é Arabica?
  • o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo? e o segundo maior consumidor (atrás dos EUA)?
  • hoje em dia as principais áreas de produção do país é o Sul de MG, a Mogiana e o Cerrado, coisa que até pouco tempo atrás era inimaginável?
  • em contraste com outros países da América do Sul, a maioria das fazendas de café no país são grandes propriedades?
  • o Brasil produz dentre 30 a 40% do total mundial?

Fair Trade - Café


     O Fair Trade (comércio justo, em inglês), demonstrou que valoriza o café em até 70%, dependendo da safra, porque estabelece um preço mínimo pelo qual o café deve ser vendido e é um meio encontrado para inserir as cooperativas de pequenos produtores no mercado internacional, desenvolvendo as comunidades rurais.

     O mais legal é que somente agricultores familiares podem obter o certificado. Eles devem cumprir exigências que vão desde regras sobre o uso de pesticidas até a obrigação de os filhos estarem matriculados na escola. Enquanto uma saca de café normal custa R$ 270 (preço de março de 2010), os produtores com certificado Fair Trade recebem R$ 310 por saca (mesma época). E ainda, os produtores de café orgânico Fair Trade ganham entre R$ 400 e R$450 por saca, porque o mercado americano consome todo o café orgânico Fair Trade produzido no Brasil.

     O café Fair Trade é certificado pela UTZ - O programa UTZ CERTIFIED oferece segurança para toda a cadeia de café, da produção e do fornecimento de café responsável para mercados competitivos. Ele responde a duas questões importantes para a cadeia global de café:

    * Qual a origem do café?
    * E como ele foi produzido?

     O sistema Rastrear-e-Relatar, baseado na Internet, rastreia o café certificado UTZ CERTIFIED ao longo de toda a cadeia desde o produtor até o torrefador. Por meio desse sistema, os compradores conhecem a real origem do café. As Exigências da Cadeia de Custódia UTZ CERTIFIED asseguram que o café certificado UTZ CERTIFIED não seja misturado com café não-certificado.

06 outubro 2010

Código Comum da Comunidade Cafeeira - 4C

A Associação ”Código Comum da Comunidade Cafeeira” (4C) é uma organização internacional que visa promover a sustentabilidade de todo o setor cafeeiro. Os cafeicultores, exportadores, torrefatores, o comércio varejista, organizações não-governamentais, sindicatos, associações e governos de todo o mundo reuniram-se com o objetivo de promover gradativamente a sustentabilidade social, ecológica e econômica de todo o setor cafeeiro. A responsabilidade, então, está distribuída entre os diferentes atores ao longo da cadeia de produção e agregação de valor. Brilhante!

Os membros de 4C comprometem-se a não adotar formas do uso de mão-de-obra infantil, desmatamento das florestas tropicais, práticas não sustentáveis de cultivo, e por aí vai. Os princípios e critérios da Associação 4C permitem uma avaliação da própria situação: de forma semelhante a uma instrução de uso, o padrão 4C mostra aos produtores em que aspectos estes podem melhorar sua atuação e incrementar a sustentabilidade do seu trabalho.

Em muitos casos, os produtores não dispõem de conhecimentos sobre métodos melhores, motivo pelo qual a Iniciativa 4C lhes proporciona o acesso a uma grande base de dados de conhecimento e a uma rede de peritos, assim como a oportunidade de participar de medidas de treinamento e formação profissional. Dessa forma, os cafeicultores em todo o mundo (a maioria situada em países em desenvolvimento) recebem apoio direcionado à melhoria contínua do cultivo e do processamento dos grãos de café. Isso não somente reverte em benefício de suas famílias, dos trabalhadores e do meio ambiente; o uso de práticas apropriadas
e a maior eficiência também asseguram, no longo prazo, a produção de um café de primeira qualidade, e a garantia de terra boa e fértil por um bom tempo!

Os produtores seguem o código de conduta e as regras de participação do 4C. As empresas cafeeiras, por sua vez, financiam medidas de treinamento (mecanismos de suporte) para os produtores ou realizam elas mesmas projetos destinados a apoiar os cafeicultores na adoção de práticas sustentáveis.

E olha que progresso: A Nestlé do México já acaba de se comprometer, e pretende ter 100% de seu café comprado diretamente, vindo de fontes certificadas pelo 4C. Este colume é estimado a 180 toneladas de café verde por ano. Isso é um incentivo enorme aos produtores do México a seguir práticas sustentáveis, que vão beneficiar suas famílias,sua comunidade e o meio ambiente. Bela iniciativa da Nestlé. Que mais companhias sigam o seu exemplo daqui pra frente. A tendência é só melhorar!

Fonte: 4C Coffee Association Organization

05 outubro 2010

Birke Baehr, 11 anos

Olha o que esse menino de apenas 11 anos fez: uma apresentação para vários adultos num evento independente do TED, falando o que ele acha que está errado com o sistema de produção de alimentos em seu país (EUA).

Mas os problemas são comuns em qualquer lugar...

Num momento gracioso, ele comenta que acha que as empresas colorem as caixas dos alimentos, colocam brinquedos de brinde, somente para atrair crianças como ele a comprar produtos que são puramente açúcar e aditivos. E decide o que fazer: em vez de ser jogador de futebol, ele quer ter uma fazenda orgânica pra "fazer diferença no mundo". Uma graça! :-)