Help those suffering in the Horn of Africa

03 agosto 2010

Vocês conhecem Joel Salatin? Ele é um homem de visão. Morando num país (EUA) onde a agricultura industrial, com maquinaria pesada e uso intensivo de pesticidas e Organismos Geneticamente Modificados (vou chamá-los de OGMs em todos os posts, ok?), ele criou um novo conceito de fazenda. Ele dirige a Polyface Farm , que é a fazenda além do orgânico. Mas o que ele quer dizer com "beyond organic"? Bom, vcs devem ter percebido que ultimamente orgânico virou moda. E os produtos são mais caros. E assim, despertou o interesse de grandes conglomerados empresariais, querendo expandir seu portfólio e aumentar seu lucro. Por isso, se vc compra um produto que se diz orgânico, com vaquinhas pastando e um fazendeirinho feliz de chapéu estampado na embalagem, pode estar comprando da mesma empresa que produz produtos não orgânicos, nada sustentáveis. Por isso, a idéia do Joel vai além. Ele ressalta que o boi, por exemplo, foi feito pra comer pasto, e não milho e soja. Há a crença geral que se o gado comer milho e soja, vai engordar mais rápido e pode ser abatido em um curto espaço de tempo. Mas, por não ter o organismo desenhado para digerir este tipo de alimento, ele adoece com frequência, daí o recorrente uso de antibióticos nas produções de confinamento intensivo. E, ao ingerir a carne, o ser humano pode se tornar resistente a tais antibióticos, se eles forem usados com frequência e em grande quantidade.... Joel publicou um livro - "everything I want to do is illegal". Porque ele acredita que deve matar o animal que criou nas dependências da sua própria fazendo, pra se certificar que ele o está fazendo de forma ética.. Porém a lei não permite. Na verdade ele quer que seus consumidores (que vão até sua fazenda pra comprar seus produtos) vejam como ele processa a carne. Mas a lei não permite. Enfim, esse é um exemplo, dentre muitos outros, do que ele está sendo impedido de fazer (uma abordagem holística do cultivo agrícola) por causa de proibições legais. Eu ainda não li, mas vou comprar assim que achar. Você acha que ele está exagerando? Ou que as leis deviam dar oportunidade a iniciativas como essa?

Um comentário:

  1. Talvez esteja exagerando, pois como já dizia meu avô: tudo que é demais é excesso. Radicalismo tampouco faz bem. Deve haver um equilíbrio, uma forma de produzir muito (ou um pouco mais), porém mantendo algumas condições básicas que garantam a existência perpetua de nossa espécie.
    Leis precisam existir, é fato. As sociedades tomaram rumos sem volta, e as regras ajudam a harmonizar a vida e torná-la mais fácil (alguém se preocupa com aquilo que não podemos ou não queremos nos preocupar).
    Mas, voltando ao equilíbrio..... Essa questão é bastante complexa mesmo, pois ao mesmo tempo que sabemos que a tecnologia nos ajuda a produzir mais e melhor e, teoricamente estaríamos acabando com um pouco da fome no mundo, sabemos que ainda há fome...e, no mundo capitalista em que vivemos muita gente lucra com isso e outros morrem por isso.
    Quem garante que o animal abatido da forma que o Joel quer e a carne sendo processada na fazenda nos proveria um alimento 100% saudável? E se fosse saudável, qual seria a escala disso? Teríamos terra suficiente em nosso planeta para esse tipo de produção??
    Certamente não há resposta certa ou errada, apenas definições que nos fazem trocar um problema por outro.
    E com essas definições pessoas mais influentes ditam o rumo de nossas vidas.....e com certeza ficam mais ricas e deixam outras mais pobres.
    Não vou falar aqui que apoio ou sou contra qualquer uma das partes. Ao final, acho que não tenho opinião formada....se alguém me apresentar alternativa que resolva todos os "subproblemas" decorrentes de voltarmos a produzir carne como produzíamos 50 anos atrás, talvez eu apóie essa idéia...

    ResponderExcluir