Para abastecer as estoques de países ricos com comida (muitas vezes comida em demasia), não se pensa muito em comida como remédio para a vida. Mas quando se fala de malnutrição e fome crônica, essa idéia é realidade. A solução para o fome, como muitos alegam, não é aumentar a produção, mas sim melhorar a distribuição. Falando assim parece fácil.
Muitos alimentos são produzidos no Ocidente, claro, mas muita parte disso é destinada a alimentar animais que também vão virar comida! Assim analisando friamente, a conversão é bem ineficiente, requerendo 10 quilos de alimento (milho e soja, na maioria) para produzir 1 quilo de carne. Daí, com um raciocínio ingênuo, deve-se destinar esse alimentos da produção de animais para alimentar os famintos (humanos). Mas, pra isso acontecer, primeiro muita gente iria ter que diminuir seu consumo de carne (a tendência é justamente oposta ao vermos milhares de pessoas aumentarem seu poder aquisitivo, principalmente nos BRICs), depois todos os produtores de milho e soja teriam que doar esses alimentos e entregar onde é preciso. E por ultimo, os distribuidores teriam que assegurar que os alimentos chegassem exatamente onde é necessário, sem destruir os poucos agricultores locais e o mercado de alimentos.
Você vê alguma das soluções acima acontecendo? Claro que não. Isso é a contra-mão do processo secular de livre comércio, leis de oferta e demanda. Então, aí desponta o voto o a favor da biotecnologia - fazer plantações nessas áreas de fome produzirem mais do que o normal para dar conta de sustentar a maior parte das pessoas. Ou pelo menos evitar que o cultivo seja destruído por pestes.. De um jeito ou de outro, qualquer ajuda é bem-vinda. Só que temos que tomar cuidado, porque aí também, temos interesses políticos/comerciais que impedem o avanço nas pesquisas de sementes próprias para o clima árido da África, por exemplo.
Já foi confirmado por estudos que 30% dos alimentos produzidos no mundo se perdem por pestes. Um esforço para evitar tal perda automaticamente vai fazer mais alimentos ficarem disponíveis, sem a necessidade de se aumentar a produção. Além disso, já há protótipos de alimentos transgênicos que têm maior quantidade de determinado nutriente, vitamina, etc. Essencial para quem passa fome, na atual conjuntura.
Então, seria a biotecnologia a solução para o quase 1 bilhão de pessoas que estão literalmente morrendo de fome no mundo?
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