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24 junho 2011

A América Latina tem a receita para acabar com a crise dos alimentos?

Um relatório do Banco Mundial destacou a América Latina como região com potencial pra resolver a crise de alimentos devido aos seus recursos naturais abundantes - terra, água, e expertise agrícola. A região conhecida como LAC (Latin America & Caribbean) é responsável por mais de um terço das exportações de milho mundiais, 52% da soja, 44% da carne, e 42% da carne de frango.

Até alguns países da lAC que são importadores líquidos de alimentos tem vantagem comparativa em outros tipos de produção agrícola (por exemplo, América Central com café). Portanto, a região tem todos os ingredientes para se tornar um ator chave nos mercados mundiais de alimentos, segundo o relatório. Primeiro, há a terra, 28% das terras mundiais propensas a expansão sustentável (potencial agro-ecológico, e densidade menor que 25/hectare). Nisso, a região só perde pra África, que tem 45% dessas terras. Além disso, essas terras da LAC são muito acessíveis, a apenas uma média de 6 horas de viagem para o mercado mais próximo.
Segundo, a LAC tem políticas de suporte e incentivos, obtidas depois de décadas de reformas. Terceiro, a LAC tem um expertise de primeira linha em agricultura, fazendo de seus países líderes na "revolução da comida". O relatório aí cita o Brasil, que em três decadas tornou sua região menos produtiva (o cerrado), num dos celeiros agrícolas mundiais. Esta posição única permitiu ao Brasil fazer uma aliança Sulista com a África, para ajudar seus países a melhorar sua produtividade agrícola.
Mas, a região ainda precisa investir em mais Pesquisa e Desenvolvimento. Com exceção de Brasil e Uruguai, os países investem 1% do GDP agrícola em pesquisas, enquanto que o dobro disso é considerado o desejável para países em desenvolvimento. A distribuição ainda é fonte de problemas na região, pois os custos de manuseio, estocagem e transporte de alimentos coloca um preço premium nas prateleiras pro consumidor final. O Banco Mundial estima que os custos logísticos na América Latina são de 16 a 26% do GDP, enquanto que nos países desenvolvidos é de 9%. A infra estrutura deficiente não é somente custo pros exportadores, mas nas importações também. Num exemplo dessa distorção, um estudo apontou que fica mais barato transportar milho dos EUA pra Nicarágua (incluindo transporte terrestre, marítimo e logística) do que movimentar o milho que acaba de chegar no seu porto dentro do pequeno país.
Portanto, o relatório recomenda que para abaixar os custos ao consumidor e maximizar a contribuição da região para o fornecimento mundial de alimentos, a América Latina claramente tem que fazer muitas tarefas para diminuir seus custos de distribuição.


Fonte: World Bank

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